Neuro-Oftalmologista da
AVISTAR CLÍNICA DE OLHOS
O que é
Neuro-Oftalmologia?
A Neuro-Oftalmologia é a área da Medicina responsável pela
investigação dos problemas visuais relacionados ao sistema nervoso central, ou
seja, a problemas visuais que podem não estar, originalmente, nos próprios
olhos, mas serem causados por alguma alteração do funcionamento do cérebro.
A Neuro-Oftalmologia estuda, portanto:
- as doenças que acometem a via aferente da visão, ou seja, a
via óptica que se inicia a partir dos olhos e termina nas áreas do cérebro
responsáveis pela visão;
- as possíveis alterações da via eferente da percepção
visual, ou seja, a parte motora da visão. A via eferente é responsável pela
movimentação dos olhos, abertura das pálpebras e alterações do tamanho da
pupila, por exemplo.
As duas vias, aferente e eferente, do sistema visual “trabalham”,
simultânea e inconscientemente, como, por exemplo, durante o simples ato de
acordar, abrir os olhos e enxergar o mundo ao redor.
Quem exerce a
Neuro-Oftalmologia no Brasil?
No Brasil, a Neuro-Oftalmologia é uma subespecialidade da
Oftalmologia que exige, além de formação especializada nesta área, grande conhecimento
científico sobre problemas relacionados às estruturas oculares, vias ópticas,
conexões inter e intracerebrais, nervos cranianos, músculos oculares, etc. Além
disso, exige, também, conhecimento de áreas afins com a Neurologia, com a
Radiologia, com a Reumatologia, com a Infectologia, com a Endocrinologia e
Metabologia, com a Cardiologia, entre outras.
Para se tornar um neuro-oftalmologista, o médico deve
completar, pelo menos, dez anos de estudos e treinamento clínico: estudar por
seis anos o curso de Medicina, completar os três anos de residência médica em
Oftalmologia e um ano, no mínimo, da subespecialização em neuro-oftalmologia.
Caso o profissional esteja ou não vinculado a um serviço de ensino médico
universitário, sua formação pode se estender, ainda mais, com a realização de
um mestrado ou doutorado que vão exigir, no mínimo, dois anos a mais de estudo.
Como se pode perceber, é necessário, portanto, um grande
preparo e um aperfeiçoamento médico contínuo para o exercício da
subespecialidade em questão.
Quem deve se submeter à
avaliação neuro-oftalmológica?
Na grande maioria dos casos, os médicos oftalmologistas são,
geralmente, os primeiros a se depararem com uma alteração no sistema visual
durante uma consulta oftalmológica de rotina. Portanto, o encaminhamento para
uma avaliação neuro-oftalmológica surge quando o médico oftalmologista percebe
que o paciente não apresenta ganho de visão com o exame dos óculos, ou, ainda,
quando o médico não detecta nenhuma alteração ao exame que justifique a perda
de visão. Entretanto, eventualmente, mesmo que o oftalmologista não detecte
prejuízo à visão, pode encontrar alguma anormalidade (alterações no exame do
fundo de olho, na aparência do disco óptico/retina, nos movimentos dos olhos ou
pupilas) que demande o encaminhamento do paciente ao neuro-oftalmologista para melhor
elucidação diagnóstica.
Compete, portanto, ao neuro-oftalmologista a habilidade ímpar
de avaliar os pacientes sob os pontos de vista da interface neurológica e
oftalmológica, no intuito de diagnosticar e tratar uma grande variedade de
sinais e sintomas relacionados ao sistema visual.
Quais são as doenças
que podem ser detectadas numa avaliação neuro-oftalmológica?
Alguns dos problemas comumente avaliados pelo
neuro-oftalmologista são relacionados a:
- neurite óptica, ou seja, a inflamação do nervo óptico;
-neuropatia óptica isquêmica, ou seja, a alteração da função
do nervo óptico decorrente da alteração em sua circulação sanguínea;
- baixa de visão não justificada por exame oftalmológico
aparentemente normal;
- perda de campo visual;
- visão dupla;
- simulação de perda de visão;
- movimentos anormais dos olhos;
- alteração do tamanho das pupilas;
- anormalidade de abertura ou fechamento das pálpebras;
- doenças sistêmicas relacionadas à visão, como os distúrbios
da glândula da tireóide, da glândula hipófise, associados a doenças
reumatológicas, etc;
- distúrbios neuro-musculares como a miastenia gravis,
oftalmoplegia externa progressiva crônica, oftalmoplegia supranuclear, etc;
- nistagmo (movimento desordenado dos olhos), blefarospasmos
(contração involuntária dos olhos com movimentos de fechar e abrir).
É importante ressaltar, contudo, que a lista acima é
meramente exemplificativa e não exclui a possibilidade de outros diagnósticos
decorrentes de avaliação neuro-oftalmológica.
Consulta neuro-oftalmológica:
passo a passo
A consulta neuro-oftalmológica inicial abrange, geralmente,
dois momentos: o primeiro, que consta da história e avaliação inicial do
paciente, sem a dilatação das pupilas, e o segundo, com a utilização de
colírios para a dilatação das pupilas, que permite o exame do fundo do olho
para a análise, em especial, da retina e do nervo óptico.
Deve-se salientar que o primeiro momento da avaliação
neuro-oftalmológica é de extrema importância, uma vez que abrange a coleta
minuciosa da história clínica do paciente, a análise de laudos, avaliações
médicas e exames, e, também, o exame clínico, que envolve a realização de
testes apropriados, capazes de quantificar e qualificar a função visual do
paciente, como, por exemplo: testes de sensibilidade ao contraste, teste de
cores, teste de motilidade, reflexo pupilar, avaliação das pálpebras, testes
neurológicos para estudo da função dos nervos cranianos e, ainda, a biomicroscopia,
a tonometria de aplanação e o exame do fundo de olho.
Somente após estes passos a consulta neuro-oftalmológica
inicial estará completa e o médico poderá concluir seu diagnóstico ou solicitar
a realização de exames complementares, que poderão ser, por exemplo:
- campo visual computadorizado ou manual;
- tomografia de coerência óptica – OCT- (que mede a espessura
da camada de fibra nervosa da retina envolta do disco óptico);
- exames eletrofisiológicos (como potencial evocado visual,
oculograma e o eletrorretinograma) e exame de eletroneuromiografia;
- exames laboratoriais, incluindo os de sangue e o do líquido
cefalorraquidiano (líquido que circula nos tecidos cerebrais, medula espinhal
e, inclusive, os nervos ópticos);
-biópsia de artéria temporal ou muscular;
- exames de imagem (como, por exemplo, a ressonância
magnética do encéfalo, tomografia de crânio e o ecodoppler de vasos cerebrais e
do pescoço).
Como se demonstrou, a avaliação neuro-oftalmológica abrange
diversas áreas da Medicina e cabe ao neuro-oftalmologista aplicar todos os
recursos de investigação diagnóstica disponíveis para a elucidação do caso e
indicar o devido tratamento ou conduta, se necessário. Pretende-se, desta
maneira, estabelecer um diagnóstico mais preciso acerca da doença ocular do
paciente e, assim, buscar a promoção e manutenção da saúde ocular dos
pacientes.
Recomendações para a
consulta neuro-oftalmológica
Ao marcar a consulta neuro-oftalmológica, procure trazer, se
possível, um relatório do médico que o (a) encaminhou. De preferência, traga
todos os exames já realizados, incluindo os de sangue e os de imagem
(ressonância magnética e / ou tomografia) pertinentes ao caso. Não se esqueça
de levar a lista de medicamentos em uso ou mesmo a informação dos já utilizados
para o caso.
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